segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

De Myrtes  Matias : Mãos Marcadas !                                                                                   Uma fagulha! Uma rajada, e o inferno se alastra. No velho pardieiro, o inferno cresce, na fuga alucinada, há maldição e prece.  Na tétrica expectativa dos bombeiros, um grito rasga a noite, infantil, desesperado, como um açoite. Na alma da multidão, onde coragem pra salvação, do ser que implora.Os homens se agitam as mulheres choram mas arriscar a própria vida, Só o Amor Paterno. E a criança que perece é Jaime! O menino abandonado, que vende jornais na esquina. Pobre menino! Então Enorme como um gigante! Impassível como uma estátua! Um vulto se destaca.  Um varredor, lança-se em meio a chama, e volta com o menino num  belo exemplo de amor. Um Herói! Nas mãos dilaceradas, na face contraída. Em seu olhar, há um halo de felicidade! Jaime estava salvo. O pequeno e insignificante jornaleiro, poderá dizer ainda: Olha a luta! A manchete! O dia! Correm semanas. O menino que vendia notícias, é notícias no jornais. Os repórteres fizeram a caridade publicitária. E agora o Tribunal, decide o destino da criança renascida.
              Levanta-se um casal- Podemos lhe dar um lar Senhor Juiz, somos ricos. Não temos filhos. Terá colégios, viagens , será feliz.  Jaime sonha boquiaberto. Um lar!  Uma cama ! Um colchão! Cobertor!  Brinquedos ! Escola ! Comida ! Conforto ! E ele que vivia meio morto, dormindo ao relento! Quase pedindo esmolas. Mas na platéia, ouve- se a rude voz, do varredor de ruas. Senhor Juiz eu quero o menino. Vê a reprovação em cada olhar, sabe que vai perder e sorri com esforço, contraindo a horrível cicatriz do rosto. Estende para o menino as mãos cobertas de ataduras. Jaime hipnotizado por aquelas mãos indaga: O que foi? Quem o machucou? Porque seu rosto é assim? Porquê ?  E como se dissesse a coisa mais natural do mundo responde o varredor  - São as marcas do Amor ! Foi o fogo quando salvei você.                                                                                                     O menino esquece o auditório, os futuros pais ricos  o Juiz que pede silêncio, e lança-se ao pescoço do homem que enfrentara á morte, que não temera o fim e grita entre soluços: Eu vou com ele Senhor Juiz, Eu o amo, ele sofreu por mim. Agora é a criança mais feliz do mundo, Mais cheia de gratidão.    Não terá colégios, viagens, nada... Mas tem um amigo, Um grande amigo. O melhor presente para o coração.                                                                                                         Agora eu quero falar contigo: Porque sinto o teu drama, Pois sei que o mundo te chama; E tudo o que ele oferece, é mais forte que tua fé . Talvez uma mulher bonita, Que numa frase maldita ofereça prazer e emoção.Talvez o dinheiro fácil, o orgulho que domina, ou o vício que assassina , corrompam o teu coração. Seja qual  for a tua história, Só te aponto um caminho: Sobe o calvário sozinho , E contempla aquela cruz. Aquela maior, a do meio, Pois naquela que morre, e daquela que escorre , o sangue santo de Jesus. Escolhe: Cá em baixo, ocultando a ruína, o vício, a fama, o prazer ; e lá no alto, no topo da colina Jesus a te dizer : As feridas das minhas mãos, são marcas do meu amor, Para arrancar-te do inferno, Para dar-te gozo eterno, Eu aceitei toda  a dor, Foi por Amor que derramei meu sangue ,  Rasgando a cortina que ocultava o céu, morri por todo  teu pecado, foi só por ele que fiquei marcado; Mas o céu é teu, eternamente teu. Faze agora a tua escolha Amigo. Entre os béns da terra e a graça de Jesus, Mas lembra antes, duas mãos marcadas, feridas, dilaceradas, Por teu pecado sangrando, Sangrando numa Cruz .

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